quinta-feira, 23 de abril de 2009






SUPERVIA: PEDIDOS DE DESCULPAS NÃO CONVENSEM A POPULAÇÃO


Após greve na semana passada, usuários ainda temem que outra greve aconteça.

Insegurança e medo são sentimentos que marcam profundamente os usuários dos trens da empresa SuperVia, na cidade do Rio de Janeiro. Após uma semana marcada pela greve dos ferroviários, que reinvindacavam por melhorias no transporte, conturbadas e inusitadas situações como a ocorrida na estação de Madureira, onde um repórter da TV Globo filmou um grupo de Agentes de Controle agredindo passageiros em uma composição desumanamente superlota, faz com que o medo de uma nova greve e de que agressões como as divulgadas por todos os veículos de comunicação voltem a acontecer, uma vez que tais modificações não estão sendo notadas pelos usuários do transporte.

De acordo com relatos de passageiros as cenas de violência são rotineiras, e que situações como as ocorridas em Madureira são habituais em outras estações nos demais ramais, dizem ainda, que os Agentes de Controle, não usam apenas os tais “chicotes” dos apitos, usam ainda pedaços de pau, barras de ferro, cabos de vassouras e cães, para reprimir pessoas que pulam os muros das estações ou estejam segurando as portas nos vagões.

A Advogada Amanda Ferraz, 36 anos, diz já ter presenciado inúmeras citações como as divulgadas pela mídia, nas estações do ramal que Liga Deodoro a Central do Brasil. “utilizo os trens todos os dias da semana, por ser um transporte rápido, vivemos em uma cidade onde o transporte público esta a beira de um colapso, infelizmente vira e mexe é possível ver uma pessoa sendo agredida ou mal atendida nas estações, sei que segurar as portas das composições é crime, porém, acredito que a empresa deveria executar um trabalho de reciclagem junto a seus funcionários, para que possam atender melhor as pessoas que fazem uso dos trens”, diz a Advogada.

Para a Supervisora de Call- Center, Cristina Siqueira, 30 anos, seu maior medo e que a greve volte a acontecer, e que todo o transtorno volte a mudar sua rotina diária. “Moro em Saracuruna, e dependo do trem para ir trabalhar todos os dias, a passagem dos ônibus aqui é cara e de carro, torna meu orçamento um pouco puxado, tenho medo que as reinvidicações feitas pelos maquinistas, não sejam atendidas e que todo aquele pesadelo volte a acontecer”, relata Cristina.

Em comunicado, divulgado pela rádio interna da concessionária, o Presidente da SuperVia, Amin Murad, em resposta aos acontecimentos pediu desculpas aos usuários e disse que a atitude tomada pelos Agentes de Controle contraria as normas da empresa. “Estou aqui para pedir desculpas a cada um de vocês, pelo episódio lamentável ocorrido na quarta feira (15), na estação de Madureira. Gostaria de ressaltar que tais atitudes contrariam completamente os valores de nossa companhia, que tem como foco o respeito a você, os Agentes de Controle, estão aqui para atender a todos com dignidade”, Comunicou Amin Murad.

O Representante comercial, Carlos Cavalcante, 42 anos, alega que os pedidos de desculpas sempre são feitos após ter acontecido algo que a mídia faz uma divulgação, porém muitos outros casos já aconteceram e como não foram noticiados, ficaram sem punições. “acredito que o papel dos Agentes de controle seja fundamental nas estações, mas agredir pessoas que ajudam a pagar seus salários é uma atitude nada menos que desequilibradas. Seria melhor os representantes da SuperVia antes de pedirem desculpas, treinassem melhor seus funcionárários. A população também têm um papel importante nesta melhoria todos devem se conscientizar e ajudá-los comunicando os erros e impedindo que alguns vândalos destruam um patrimônio bastante utilizado por todos há muito tempo.

Agente de Controle a dois anos M.R, não quis se identificar, porém diz estar consciente de que todos os guardas recebem instruções de abordagem e de atendimento ao público, e diz que casos como o ocorrido na estação de Madureira são causados pela exceção que acaba marcando e queimando a imagem dos demais.
“somos devidamente treinados nas práticas de atendimento, acompanhamos palestras onde é possível aprender técnicas de abordagem, o resto, trata-se de questão de educação, não sou defensor de ninguém, apenas dou meu ponto de vista sobre o assunto onde a maioria acaba pagando por uma equipe mal formada e despreparada psicologicamente para atuar em situações de crise, afinal estávamos enfrentando uma greve, é comum termos pessoas segurando portas isto é uma realidade, infelizmente isto acontece, pois assim como existem as exceções de guardas mal preparados temos uma parcela de clientes com baixo grau de educação e respeito ao próximo, que ao segurar as portas impede que os que saem de suas casas para trabalhar, cheguem ao seu destino ou retornem com a devida segurança e pontualidade, pois a viagem acaba sendo retardada, afinal os trens não podem sair com as portas abertas” diz M.R.
Atualmente, 11 são os números de municípios cortados pela linha férrea, que tem 225 kilômetros de extensão, com 89 estações, mais de 500 mil pessoas utilizam o transporte ferroviário, que possuem 170 composições onde juntas efetuam cerca de 666 viagens diariamente.

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