terça-feira, 28 de abril de 2009

TECNOLOGIA A FAVOR DA SEGURANÇA PÚBLICA






A vigilância com câmeras para combater o crime se espalha pelas ruas do país
Com o aumento da criminalidade nas ruas, um procedimento que se torna cada vez mais freqüente é a instalação das câmeras de segurança, atitudes que no início só eram tidas por estabelecimentos como empresas, condomínios e shoppings centers a fim de monitorar e se prevenir contra assaltos; as câmeras suspensas registram tudo o que acontece nos locais, 24 horas por dia. Entre cenas banais, flagram desde pequenos delitos, como furtos, até seqüestro-relâmpago e tentativas de latrocínio.
Com capacidade de filmagem 24 horas e ângulo de 360 graus, são capazes de captar imagens - muitas das vezes inusitadas - num raio de meio quilômetro, podem ainda, visualizar desde a placa de um automóvel a um rosto de uma pessoa.
Procedimento adotado com cada vez mais freqüência no mundo inteiro – além de Londres onde 150 mil câmeras vigiam as ruas, cidades como Nova York, Washington, Paris, Berlim e Bruxelas já dispõem do serviço, que segundo moradores e entidades governamentais tornaram-se de vital importância para a segurança da cidade e como ponto chave para a inibição das ações criminosas que pensam duas vezes antes de praticar um delito.
No Brasil, a cidade de Joinville, em Santa Catarina, adotou o sistema no fim de 2001. Hoje, são 41 câmeras monitorando a região central e quatro bairros da cidade. Curitiba tem catorze câmeras na Rua Quinze de Novembro, no centro. Em Suzano, na Grande São Paulo, são treze delas vigiando 23 quadras do centro. A Praia de Boa Viagem, no Recife, conta com doze desde o mês passado. Até dezembro, Belo Horizonte irá ganhar 72 nas áreas com maior concentração de loja.
Mesmo com iniciativas de sucesso em outros países, para boa parcela da sociedade brasileira, quando se fala em câmeras de segurança, fica dividida entre o combate a criminalidade e falta de privacidade.
Katharine Lopes, 27 anos, universitária, acredita que para um bom funcionamento da segurança nas cidades, os sistemas internos e externos de câmeras, que monitoram ambientes e ruas das regiões com alto índice de criminalidade são de vital funcionalidade.
“defendo a iniciativa de monitoramento nas ruas, tal atitude ajuda para que a polícia possa agir com mais rapidez, serve ainda, como auxílio para que crimes sejam desvendados e que assaltantes possam ser reconhecidos no ato do furto ou crime, porém, sinto-me constrangida em pensar que onde quer que eu esteja e fazendo o quer que seja, haverá alguém me vigiando, sinto minha privacidade invadida e minha identidade perdida, sem saída; fico entre a dúvida da minha segurança e minha privacidade invadida.”, diz a universitária.
Para o Paulista Regis Siqueira de Amorim, 43 anos, a privacidade de todo indivíduo deve ser preservada, diz que com as câmeras, não são apenas os criminosos que ficam inibidos em efetuar as ações, mas toda a sociedade.
“Sinto-me no Big Brother, quando penso que estou sendo filmado 24 horas, me dá até arrepio, fico triste em saber que para garantir nossa segurança temos que nos submeter à exposição de câmeras, que acabam retirando das pessoas a espontaneidade, fazendo com que vivamos robotizados e sem expormos características próprias, que são desestimuladas quando o cérebro imagina que têm alguém nos vigiando”, ressalta o Paulista.
Para o Policial Militar, Gilson Andrade, 45 anos, o advento das câmeras de segurança, age como reforço fundamental à ação da polícia, e peça chave para desvendar crimes e ataques criminosos envolvendo inocentes nas grandes metrópoles.
“A segurança publica tem muito a agradecer e a incentivar para que cada vez mais, as cidades passem a utilizar as câmeras de segurança nas ruas, afim de, amenizar ações criminosas. O trabalho da polícia tem melhorado e muito com o auxilio do monitoramento 24 horas efetuado junto aos batalhões, se for efetuado um levantamento de quantos crimes já foram solucionados com o auxilio das câmeras hoje, com os crimes solucionados antes delas, certamente teremos um percentual demonstrativo de qualidade e desempenho das ações policiais com o auxílio das “maquininhas fofoqueiras”, Conclui o Policial.
Para o sociólogo, Carlos Rofmam, a sociedade sente-se dividida devido à falta de costume, para ele o costume é uma coisa que se conquista com o tempo e que só ele é capaz de modificar e fazer com as pessoas repensem seus conceitos e prioridades.
“o problema que surgem junto às boas idéias é que elas acabam dando muito trabalho, para que algo novo seja implantado no cotidiano das pessoas, requer tempo e uma boa divulgação antecipada, apontando pontos positivos e negativos, para que as deduções e decisões possam ser enquadradas dentro de suas mentes, o novo, acaba sendo uma ameaça, a ponto de impedi-los de visualizar a positividade do que esta sendo oferecido” conclui Rofmam.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

DROGAS: UMA VIAGEM SEM VOLTA
Relatório revela 26 milhões de dependentes químicos no mundo e mortes passam de 200 mil por ano

Curiosidade, influência dos amigos, desejo de fuga, busca pelo prazer... Esses são os principais motivos que levam uma pessoa a buscar as drogas. De acordo com Relatório Mundial sobre Drogas 2008, elaborado pelo escritório das Nações Unidas e contra Drogas (UNODC), os dependentes químicos estão na casa de 26 milhões e as drogas ilícitas matam 200 mil por ano.
Conhecida como “drogas das Elites”, a cocaína foi símbolo nos anos 1980, de uma geração denominada “yuppies”, jovens profissionais bem-sucedidos que inalavam em busca de energia e auto-estima. Já nos anos 1990, outro fenômeno, a popularização da música eletrônica e da cultura “clubber”, foram responsáveis pelo aumento do uso de drogas entre jovens, sendo o ecstasy e o LSD as mais famosas delas.
O advogado, Fernando Amorim, 32, encaixa-se perfeitamente nas características relacionadas e no relatório divulgado pela UNODC. Cinco anos longe das drogas, conta que as sequelas deixadas por ela foram marcantes em sua vida, o fato der ser usuário de drogas interferia em sua carreira, no seu cotidiano e com sua relação interpessoais com as pessoas mais intimas.
“Usei drogas desde meus 23 anos de idade, comecei usando maconha, depois em festas passei a utilizar o ecstasy e LSD, levei transtorno e desespero para toda minha família, cheguei a entrar para o mundo do crime, roubava e traficava para manter meu vício, larguei meu trabalho, perdi o respeito dos meus amigos e por pouco não acabei com meu casamento, abalado pelo incessante vício que me consumia”, relata Fernando.
Uma droga que chama a atenção e que causa grande preocupação na comunidade médica, é o crack , que rapidamente vicia e destrói o organismo do usuário. Segundo dados o Ministério da Saúde, entre as drogas ilícitas, o crack e a cocaína são as consideradas mais preocupantes, devido à relação que apresentam com a criminalidade e às fortes reações durante as síndromes de abstinência de seus usuários.

Sem querer se identificar L.B, 52, conta que sua vida hoje é um verdadeiro inferno, Mãe de três filhos, já perdeu um para o tráfico, e os outros dois, já procurou ajuda em diversas entidades governamentais e particulares para tirá-lo do vício das drogas, porém, não obtive nenhum resultado.
“O vício é uma coisa incontrolável, meus filhos são boas pessoas, mas infelizmente estou perdendo eles para o tráfico e para o crack e agora para a heroína, procurei todo tipo de ajuda e não tive nenhum resultado, sempre que penso estar tudo bem com eles, o jogo vira contra mim, e o resultado e catastrófico, dia desses, meu filho mais novo teve que ser levado às pressas para o hospital, ele teve princípio de overdose por ter usado heroína, não sei mais o que fazer, só Jesus para tirá-los dessa vida ingrata”, conta a mãe L.B.

Tabaco e álcool matam 7,5 milhões por ano
Os dados sobre as chamadas “drogas lícitas”, como o tabaco e o álcool, são ainda mais assustadores. O cigarro mata 5 milhões de pessoas por ano e o álcool, cerca de 2,5 milhões. O tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, matando mais do que o álcool e as drogas ilegais. Por isso é um dos maiores problemas de saúde mundial.
De acordo com dados de 2008 da Organização Mundial da Saúde (OMS), na média, todo fumante perde 15 anos de vida em comparação às pessoas que não possuem o hábito. O Cigarro possui em sua composição mais de 4.500 complexos químicos, como arsênio, amônia, sulfito de hidrogênio e cianeto hidrogenado. O fumo pode ocasionar doenças isquêmicas do coração, isquemias ou hemorragias cerebrais, doença pulmonar obstrutiva crônica, cânceres de pulmão, boca, laringe, esôfago e bexiga.
A necessidade de beber maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos, o aumento da importância do álcool na vida da pessoa e a falta de controle em relação ao momento de beber, além do surgimento de síndrome de abstinência, caracterizada por tremor das mãos, distúrbios gastrintestinais e do sono, são os principais sinais de que a pessoa esta sofrendo de alcoolismo.
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. Entre as mais freqüentes estão relacionadas ao fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose), ao parelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite) e ao sistema cardiovascular (hipertensão e problemas cardíacos).

Vigilância domiciliar

Para o médico e psicólogo Arnaldo Valentim, os pais devem ficar atento a seus filhos, pois identificar se eles estão utilizando drogas ou consumindo bebidas alcoólicas é bem nítido, primeiro pela mudança de comportamento e depois por mudanças bruscas de atitudes, se chagam em casa muito tarde, dificuldade para dormir e falta de concentração.
“Os principais motivos que levam uma pessoa a utilizar drogas esta relacionados a fatores sociais e culturais, estímulo dos colegas, necessidade de se sentir “parte da turma”, busca de prazer e fuga de um estado depressivo”, esclarece Arnaldo.
Segundo Arnaldo, uma boa política de drogas eficaz que funcionaria não pode estar relacionada à pedagogia do terror, segundo ele a repressão é apenas um passo.
“É necessário promover maiores direitos para as pessoas. Instituir uma política de redução de danos causados pelas drogas. As novas medidas adotadas pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), seguem essa linha, por meio da viabilização dos Centros de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD). É um serviço ambulatorial que integra uma rede de atenção em substituição à” internação psiquiátrica” e que tem como princípio a reinserção social. Realiza ações de assistência, de prevenção e capacitação de profissionais para lidar com os dependentes”, conclui.

quinta-feira, 23 de abril de 2009






SUPERVIA: PEDIDOS DE DESCULPAS NÃO CONVENSEM A POPULAÇÃO


Após greve na semana passada, usuários ainda temem que outra greve aconteça.

Insegurança e medo são sentimentos que marcam profundamente os usuários dos trens da empresa SuperVia, na cidade do Rio de Janeiro. Após uma semana marcada pela greve dos ferroviários, que reinvindacavam por melhorias no transporte, conturbadas e inusitadas situações como a ocorrida na estação de Madureira, onde um repórter da TV Globo filmou um grupo de Agentes de Controle agredindo passageiros em uma composição desumanamente superlota, faz com que o medo de uma nova greve e de que agressões como as divulgadas por todos os veículos de comunicação voltem a acontecer, uma vez que tais modificações não estão sendo notadas pelos usuários do transporte.

De acordo com relatos de passageiros as cenas de violência são rotineiras, e que situações como as ocorridas em Madureira são habituais em outras estações nos demais ramais, dizem ainda, que os Agentes de Controle, não usam apenas os tais “chicotes” dos apitos, usam ainda pedaços de pau, barras de ferro, cabos de vassouras e cães, para reprimir pessoas que pulam os muros das estações ou estejam segurando as portas nos vagões.

A Advogada Amanda Ferraz, 36 anos, diz já ter presenciado inúmeras citações como as divulgadas pela mídia, nas estações do ramal que Liga Deodoro a Central do Brasil. “utilizo os trens todos os dias da semana, por ser um transporte rápido, vivemos em uma cidade onde o transporte público esta a beira de um colapso, infelizmente vira e mexe é possível ver uma pessoa sendo agredida ou mal atendida nas estações, sei que segurar as portas das composições é crime, porém, acredito que a empresa deveria executar um trabalho de reciclagem junto a seus funcionários, para que possam atender melhor as pessoas que fazem uso dos trens”, diz a Advogada.

Para a Supervisora de Call- Center, Cristina Siqueira, 30 anos, seu maior medo e que a greve volte a acontecer, e que todo o transtorno volte a mudar sua rotina diária. “Moro em Saracuruna, e dependo do trem para ir trabalhar todos os dias, a passagem dos ônibus aqui é cara e de carro, torna meu orçamento um pouco puxado, tenho medo que as reinvidicações feitas pelos maquinistas, não sejam atendidas e que todo aquele pesadelo volte a acontecer”, relata Cristina.

Em comunicado, divulgado pela rádio interna da concessionária, o Presidente da SuperVia, Amin Murad, em resposta aos acontecimentos pediu desculpas aos usuários e disse que a atitude tomada pelos Agentes de Controle contraria as normas da empresa. “Estou aqui para pedir desculpas a cada um de vocês, pelo episódio lamentável ocorrido na quarta feira (15), na estação de Madureira. Gostaria de ressaltar que tais atitudes contrariam completamente os valores de nossa companhia, que tem como foco o respeito a você, os Agentes de Controle, estão aqui para atender a todos com dignidade”, Comunicou Amin Murad.

O Representante comercial, Carlos Cavalcante, 42 anos, alega que os pedidos de desculpas sempre são feitos após ter acontecido algo que a mídia faz uma divulgação, porém muitos outros casos já aconteceram e como não foram noticiados, ficaram sem punições. “acredito que o papel dos Agentes de controle seja fundamental nas estações, mas agredir pessoas que ajudam a pagar seus salários é uma atitude nada menos que desequilibradas. Seria melhor os representantes da SuperVia antes de pedirem desculpas, treinassem melhor seus funcionárários. A população também têm um papel importante nesta melhoria todos devem se conscientizar e ajudá-los comunicando os erros e impedindo que alguns vândalos destruam um patrimônio bastante utilizado por todos há muito tempo.

Agente de Controle a dois anos M.R, não quis se identificar, porém diz estar consciente de que todos os guardas recebem instruções de abordagem e de atendimento ao público, e diz que casos como o ocorrido na estação de Madureira são causados pela exceção que acaba marcando e queimando a imagem dos demais.
“somos devidamente treinados nas práticas de atendimento, acompanhamos palestras onde é possível aprender técnicas de abordagem, o resto, trata-se de questão de educação, não sou defensor de ninguém, apenas dou meu ponto de vista sobre o assunto onde a maioria acaba pagando por uma equipe mal formada e despreparada psicologicamente para atuar em situações de crise, afinal estávamos enfrentando uma greve, é comum termos pessoas segurando portas isto é uma realidade, infelizmente isto acontece, pois assim como existem as exceções de guardas mal preparados temos uma parcela de clientes com baixo grau de educação e respeito ao próximo, que ao segurar as portas impede que os que saem de suas casas para trabalhar, cheguem ao seu destino ou retornem com a devida segurança e pontualidade, pois a viagem acaba sendo retardada, afinal os trens não podem sair com as portas abertas” diz M.R.
Atualmente, 11 são os números de municípios cortados pela linha férrea, que tem 225 kilômetros de extensão, com 89 estações, mais de 500 mil pessoas utilizam o transporte ferroviário, que possuem 170 composições onde juntas efetuam cerca de 666 viagens diariamente.

domingo, 5 de abril de 2009

O DRAMA DAS BALAS PERDIDAS

Aline da Conceição Viana, 39 anos, estava em sua residência no bairro Costa Barros, zona norte do Rio de Janeiro. Quando no dia 02 de abril de 2009, foi vítima por uma bala perdida, que perfurou seu braço esquerdo e na altura do coração. Aline, que mora próximo à comunidade conhecida como Morro da Pedreira, ficou sem os movimentos do braço e esta aposentada por invalidez. Sem querer tirar fotos, forneceu esta entrevista no interior de um ônibus.

Como era a comunidade quando você veio morar aqui?
Era boa, tinha poucas pessoas morando ainda, vim pra cá com meus pais quando tinha 16 anos. Brincava no meio da rua com meus amigos sem me preocupar com tiroteio e coisas deste tipo. Hoje, não deixo meu filho nem ir até o portão sozinho e muito menos ficar brincando na rua com os amiguinhos dele, porque quando menos esperamos a polícia sobe o morro e começam os tiros, pondo em risco as pessoas que moram no morro.

Qual é a sua opinião sobre a violência aqui no Rio de Janeiro?
Minha opinião não e muito diferente das outras famílias que moram próximas ou em comunidades carentes, a de total abandono.

Qual e seu maior medo, sabendo que a violência só cresce na cidade?
Meu maior medo e perder meu filho que esta com cinco anos de idade e meu marido que trabalha fora e chega à noite por volta das 10:00 hs.

Qual é a medida que vocês tomam quando acontecem os confrontos entre polícia e bandido na comunidade?
Agente se esconde abaixado no banheiro, porque fica localizado no meio da casa e se vier alguma bala terá que passar por três paredes até chegar onde estamos.

Já esteve em meio a um confronto?
Sim, estava voltando do trabalho e quando menos esperava a polícia apareceu e começou um tiroteio infernal. Era muito tiro eu me escondi atrás de um carro e me joguei no chão, fiquei lá por mais ou menos duas horas até a polícia ir embora e os tiros pararem.

O que você pensa para o futuro?
Para o meu futuro não penso em muita coisa não, mais para o futuro do meu filho sim; ele só tem cinco anos e ainda tem muita coisa para fazer. Primeiro quero sair deste local, que antes era de muita tranqüilidade. Agora estou vendendo a minha casa para mudar para um local menos violento, sei que vai ser difícil encontrar, mais sei que ainda existe. E só assim ficarei despreocupado em relação ao futuro de minha família.
O que você espera do governo em relação a violência?
Não espero mais nada. Não temos mais em quem confiar, votamos porque é “obrigatório” mesmo sabendo que estamos colocando mais um bandido na política brasileira que podemos considerar mais um reforço para a violência que já existe e que piora a cada dia.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Timidez:um obstáculo para o progresso profissional



Um desafio que deve ser encarado com determinação

Com um mercado de trabalho extremamente competitivo, não basta apenas ter um bom currículo ou boa aparência se você não tiver um perfil comunicativo. Muitas pessoas encontram dificuldades devido a um problema muito comum: a timidez.

Uma característica capaz de transformar excelentes profissionais em indivíduos inseguros e hesitantes, pode impedir que candidatos qualificados conquistem uma vaga, simplesmente por não conseguirem driblar e vencer a inibição. Além de um currículo favorável e experiência no mercado, é extremamente importante que o candidato seja capaz de demonstrar suas habilidades e tenha desenvoltura para argumentar e se fazer ouvir.

Quando surge uma oportunidade de emprego que se encaixa perfeitamente no seu perfil, o tímido entra em uma angustiante fase, na qual terá que se expor ao ser avaliado por pessoas desconhecidas. Entretanto, isso não significa que este indivíduo jamais encontrará “seu lugar ao sol”.

Wagner Dantas, 27, que trabalha em um escritório de contabilidade, conta que para conseguir uma colocação no mercado de trabalho não foi uma tarefa nada fácil, pois a timidez o atrapalhava sempre que era chamado a uma entrevista. “É difícil para uma pessoa tímida se soltar, tornar-se extrovertida, sempre que estava de frente com o entrevistador, minha timidez aflorava e me travava, não conseguia me soltar e mostrar minhas aptidões”, diz Wagner.

Nova faseApós um difícil processo de seleção, conviver com novos colegas de trabalho é também um desafio. " O dia seguinte às vezes pode ser pior do que o processo seletivo, saber que você irá ter que conviver com pessoas de diferentes aspectos e temperamentos, se torna um pesadelo”, ressalta Wagner Dantas.

O psiquiatra Sérgio Azevedo, acrescenta que nem sempre um perfil extrovertido é o melhor, segundo ele "em funções que exijam soltura, e uma extroversão maior, a inibição pode impedir que a pessoa obtenha resultados positivos, no entanto, em algumas funções é melhor que haja um perfil mais discreto”, pondera o doutor.

Para o médico, um dos fatores principais é não deixar que a timidez se torne uma fronteira invencível. “Quando o problema vir a comprometer a vida profissional e familiar, é preciso procurar tratamento, com auxílio de algumas técnicas, é possível reduzir a timidez e, principalmente, os sintomas a elas relacionados”, diz.

O profissional, ainda, ressalta que durante esse processo de mudança, o medo de ser julgado ou criticado não pode ter espaço em seus pensamentos. Siga em frente e aprenda a assumir as suas qualidades.
Por: Toni Rodrigues

Cerca de 200 mil brasileiros desaparecem

Famílias enfrentam dificuldades para se reestruturarem

Não existem palavras, línguas, gestos ou mesmo pensamentos que possam expressar a dor da perda. Sentimento que há dois anos, atormentam a vida da dona de casa, Márcia Cristina da Costa, 38 anos, que chora todos os dias com o sumiço de sua filha, Clara, de 12 anos, seqüestrada na porta da escola aos 10.
“Minha filha é tudo na minha vida, nunca imaginei que uma coisa destas iria acontecer em minha família, agente vê sempre este tipo de caso na televisão ou em novelas, nunca imaginamos que um dia aquilo pode acontecer conosco. Minha vida e de toda minha família parou no tempo, gastamos o que tínhamos e o que não podíamos, à procura de nossa linda Clarinha, tive que sair do trabalho por conseqüência de uma forte depressão, não conseguia me concentrar em outra coisa senão no paradeiro de minha filha” Lembra Márcia Cristina.

Já faz dois anos que não sei nada sobre minha filha, porém, nunca perdi a esperança de um dia reencontrá-la, algumas pessoas me aconselharam a tentar esquecer e se conformar com a perda, mais eu nunca irei desistir, sou movida pelo amor que sinto por ela e pela força que Deus me dá para continuar”. diz emocionada a mãe da menina.

Na realidade, o drama enfrentado por ela não é um caso isolado no Brasil. Embora não existam dados oficiais que determinem a quantidade de pessoas desaparecidas no Brasil, a ONG Movimento Nacional de Direitos Humanos, com base em uma extensa pesquisa, calculou que cerca de 200 mil pessoas desaparecem, por ano, no País.

Os desaparecimentos acontecem em grandes proporções, principalmente, nos países menos desenvolvidos, que acabam sofrendo com a precariedade de meios para a investigação, busca e identificação dos casos. Só no Brasil, estima-se que entre 10% e 20% dos casos permaneçam sem solução por um longo período ou jamais tiveram resolução. Um dos casos mais conhecidos é o do menino Carlos Ramires, o Carlinhos, que sumiu em 1973, no Rio de janeiro, quase 36 anos depois, o caso permanece sem solução.

E agora?

Então, se faz necessário que uma pergunta seja respondida: De que forma uma família, deve reagir se tiver um parente desaparecido, e como suportar a dor e dar continuidade à vida?

De acordo com o psicólogo, Claudio Guimarães, cada família reage de forma variada, umas abandonam toda a rotina do trabalho e em decorrência disto, acabam sendo demitidos, fazendo com que a situação se agrave ainda mais. Outras preferem isolar-se e acabam perdendo a vontade de viver.

O psicólogo ressalta, ainda, a importância da formação de redes de solidariedade entre famílias que passam pelo mesmo drama. “Quando as famílias passam a trocar experiências, elas acabam descobrindo que existem outras famílias com o mesmo problema e que não são os únicos que têm parentes desaparecidos, desta forma, conseguem ajudar-se mutuamente a se reerguerem e continuar tocando a vida".

A descrição das famílias feitas por Claudio Guimarães, descreve exatamente o que acontece com inúmeras pessoas no país, outro fator que deve ser lembrado é que nem sempre um desaparecimento se dá por conta de um seqüestro ou algo desta natureza, existem outros fatores como, maus tratos e violência sexual dentro dos lares, fator que determina que menores fujam de casa e acabam morando em abrigos ou se perdendo dos pais.

De acordo com dados do Instituto Econômico de Pesquisas Aplicadas (IPEA), cerca de 80 mil menores vivem em abrigos no País. Embora nem todas tenham perdido o vínculo com seus familiares, essa é uma situação comum nessas instituições. Por conta disso, a Fundação para a infância e adolescência (FIA), além do programa “SOS Criança Desaparecida”, também mantém o “Procuro Minha Família”, cuja função é localizar os parentes dos menores abrigados e de portadores de necessidades especiais, que também se encontram nessas instituições e reintegrá-los ao convívio familiar.

Prevenção

Para evitar que as crianças se percam, o “SOS Criança Desaparecida” orienta os pais a manter uma identificação junto aos filhos com nome, telefone e endereço (pode ser a carteira da escola ou uma pulseira de identificação, se a criança for pequena). Também é importante orientar os filhos a não aceitarem balas nem dinheiro de estranhos, e também não fornecerem endereço e telefone para pessoas desconhecidas (exceto se a criança estiver perdida). Se forem a lugares de grande circulação, marcar, em caso de perda, um ponto de encontro.

Se o menor desaparecer no Rio de Janeiro, a família deve entrar em contato com o SOS Criança Desaparecida” pelos telefones (21) 2286-8337. Nos demais estados, porém, há serviços de divulgação e localização de crianças desaparecidas, que formam a Redesap, cujo telefone é (61) 3429-9851
No site www.desaparecidos.mj.gov.br o internauta pode procurar orientações sobre como agir.
Por: Toni Rodrigues

TRIBOS URBANAS: SINÔNIMO DE PRECONCEITO


Jovens são alvos de preconceito e descriminação.



Preconceito, desconfiança, intolerância, curiosidade, admiração ou apenas modismo. Estas são algumas considerações feitas sobre as tribos – grupos de jovens unidos por um estilo de música, objetivos, ideologias, isto é, alguma identidade em comum.

A expressão "tribo urbana" foi cunhada pelo sociólogo francês Michel Maffesoli, que começou usá-la nos seus artigos a partir de 1985. A expressão ganhou força três anos depois com a publicação do seu livro Le temps des tribus: le déclin de l'individualisme dans les sociétés postmodernes.
Maffesoli destaca algo paradoxal nas tribos urbanas. Elas são instáveis e "abertas", podendo uma pessoa que participa delas "evoluir de uma tribo para a outra". Por outro lado, essas tribos alimentam um sentimento de exclusividade e um "conformismo estrito" entre seus participantes.

Hoje em dia, não é raro encontrarmos pelas ruas da cidade tribos de diversas particularidades, com sentimentos e atitudes culturais variadas. Uma das tribos mais recente e muito comentada nas escolas e faculdades são os EMOS. Grupos com características marcantes, compostos por jovens com feições tristes, trajes escuros, olhos pintados de preto e franjas caindo sobre os olhos. Chegaram ao Brasil em meados de 2003 sob a influência do estilo musical “emocore” – rock pesado com letras românticas.
Devido às características marcantes e atitudes inusitadas os jovens que fazem parte desta tribo sofrem com o preconceito, que freqüentemente são expostos.

O estudante Ricardo Bittencourt, 22 anos diz ter passado por humilhações pelo fato de ser Emo. “Estava no shopping com meus amigos também Emo, quando fomos abordados por dois homens aparentando ter entre 39 e 40 anos, que nos humilharam na praça de alimentação, aos gritos nos chamaram de gays, disserem que havíamos errado ao nascer e que éramos motivo de desgosto para nossos pais”, conta Ricardo.

“Senti-me humilhado, todos nos olharam, alguns com pena, outros com desconfiança e alguns até sendo favorável a situação, aproveitaram para dizer que somos jovens doentes”, acrescenta o estudante.

A psicóloga Márcia Chagas, esclarece que na sociedade em que vivemos, ser diferente gera preconceito, este sentimento pode ser visto como um entrave do desenvolvimento e do relacionamento da humanidade.
Para ela, é inadmissível aceitar atitudes e situações como as enfrentado pelo estudante Ricardo, porém é indiscutível sentir o preconceito e, somente é capaz de percebê-lo quem já passou por tal situação.

“Discrimina-se por quase tudo: pelo vestuário, pela linguagem, pela cor, pelo credo, pela posição social, etc. apesar de serem considerados depressivos, a maneira de se vestir ou cortar os cabelos pode ser uma forma de chamar a atenção sobre si, e nem sempre vem acompanhado de melancolia” esclarece.

“Tudo isto deveria ser diferente, afinal, vivemos em um pais onde a diversidade cultural é tão presente, que o surgimento dessas tribos deveria ser vistos com outros olhos, aceitar seria a palavra chave, quando isto acontecer, haverá um lugar onde as pessoas enfim poderão ser compreendidas e aceitas como seres comuns.” Conclui.

LISTA DE TRIBOS ESPELHADAS PELO MUNDO

Headbangers, Punks,Góticos, Headbangers, Rivetheads, Emos, Hippies, Grungers, Rappers, Pagodeiros, Clubbers, Skinheads, Surfistas, Otakus, Geeks, Regueiros, Rodados, Torcedor Organizado, Patricinhas, Playboys, Mauricinhos, Preppys, From UK, Basofes, Mitras/Chungas, Fashionistas


Por: Toni Rodrigues