segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CANCER INFANTIL: CURA E TRATAMENTO DE MÃOS DADAS

Entre crianças e jovens, o índice de cura chega a 70%. O sucesso esta no diagnóstico precoce e nas novas formas de tratamento.

Uma das maiores causas de mortes no Brasil esta relacionados aos acidentes de transito, porém, existe outra causa pouco comentada, mas que merece ser posta em evidência: o câncer infantil. A cada ano cerca de 10 mil novos casos de câncer pediátrico, ou infanto-juvenil, são descobertos segundo as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

A boa nova é que hoje, cerca de 70% desses pacientes podem ser curados. Tal estatística esta relacionada ao diagnóstico precoce, o desenvolvimento de drogas mais eficientes e a estrutura social e familiar do paciente.

O câncer pediátrico pode afetar qualquer célula do organismo, com mais freqüência as do sistema sanguíneo. Ele raramente é hereditário e seu surgimento depende principalmente de alterações genéticas que ocorrem nas próprias células tumorais.
Responsáveis por uma parte importante dos casos estão às leucemias – cerca de 30% do total – que em geral, têm incidência maior nos cinco primeiros anos de vida. Logo em seguida, estão os tumores primários do sistema nervoso central, linfomas, neuroblastomas, tumores renais e sarcomas. No qual o tratamento consiste fundamentalmente em quimioterapia, sendo a minoria os casos onde os tratamentos são feitos a base de cirurgia e radioterapia.

No caso das leucemias e linfomas, utiliza-se o transplante de medula óssea de maneira complementar, pois ele auxilia o sistema imunológico do paciente e permite que ele receba doses mais altas de quimioterapia, o que é particularmente útil nos casos resistentes ao tratamento convencional.

Recentemente, o pequeno Luiz Felipe, 10 anos, adquiriu câncer, mas graças ao diagnóstico precoce e aos avanços no tratamento, bem como dos remédios utilizados, está livre para brincar com seus amiguinhos. “agora posso jogar bola e ir para escola, também posso ir à casa da vovó e ver os patos” diz sorrindo, Luiz Felipe.

Novas drogas quimioterápicas, mais eficazes e mais bem toleradas pelo organismo, têm favorecido – e muito- o tratamento e aumentado os índices de controle da doença e de cura. A combinação desses medicamentos diminui os efeitos colaterais e contribui para as necessidades de internação. Além de permitir que a criança mantenha uma rotina próxima do normal durante o treinamento.

Segundo o doutor Brenno Magalhães Simões, do Hospital Daniel Lipp, a boa notícia ligada ao tratamento do câncer infantil está relacionada aos avanços tanto dos medicamentos quanto das terapias alvo-dirigidas, baseadas em drogas que agem sobre anormalidades especiais de determinados tipos de tumor.
“Os avanços no tratamento têm se intensificado e ficado cada vez mais eficaz, fazendo com que os índices de cura continuem evoluindo e diminuindo cada vez menos os efeitos colaterais. Pacientes com leucemia, por exemplo, que em 10 anos após o diagnóstico não apresentavam manifestações colaterais graves nem o retorno da doença, passam a ter uma expectativa de vida semelhante à da população em geral”, relata o médico.

Para o Doutor outro fator que contribui bastante no tratamento esta ligado ao âmbito familiar e social e diz que a recuperação esta relacionada a um processo bem sucedido. “Além do cuidado integral na recuperação biológica, é preciso garantir ao paciente e à sua família o apoio psicossocial necessário durante todo o processo. Para isso, é essencial o trabalho conjunto de médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas e farmacêuticos”, Conclui Brenno.

O diagnostico precoce mantém-se como um fator-chave, ele nem sempre é fácil. Na maioria dos casos, os sintomas não são específicos, podendo ser confundidos com doenças comuns da infância. Assim, o conhecimento e a ação do médico que acompanha a criança e a atenção dos pais são cruciais.

Mais informações podem ser obtidas no site do INCA: www.inca.gov.br

Nenhum comentário: