domingo, 10 de maio de 2009



ORIGINAL, GENÉRICO OU SIMILAR?




Medicamento genérico se torna cada vez mais popular, porém dúvidas ainda são freqüentes.




Os medicamentos genéricos surgiram em 1999, como saída para os brasileiros comprarem, pelo menos 40% mais baratos, e não param de fazer crescer sua fatia no mercado. Para que isso ocorra, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) controla todos os tipos de medicamento e aplica um modelo de controle e fiscalização analisando com muito rigor, e exige que os genéricos sejam testados em humanos e que demonstrem que, quando ingeridos, a quantidade de remédio que vai para o sangue e os efeitos no organismo sejam os mesmos que os do medicamento de referência.

O medicamento genérico é a cópia dos remédios que têm mais de 20 anos e por isso perderam a patente. Ele é testado para garantir o mesmo efeito que o remédio original. Os remédios originais são resultados de pesquisas científicas de uma indústria farmacêutica, que busca encontrar um novo medicamento para determinada doença. O processo de pesquisa dura em média de 8 a 12 anos e pode chegar a custar US$ 800 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão de reais), o que reflete nos anos preços repassado aos consumidores. Os Similares assim como Genéricos, são cópias dos originais, possuem o mesmo princípio ativo, mas não garantem o mesmo efeito terapêutico no organismo. Por isso, se houver opção entre genérico e similar, o primeiro é mais vantajoso.

Porém, ainda assim, surgem dúvidas se ambos podem substituir os remédios originais, em entrevista ao JFV, o Doutor Joaquim Henrique Taranto Pereira, do Centro Integrado de Gastroendocrinologia, do Rio de Janeiro, esclarece dúvidas freqüentes e qual a melhor forma de usar esses medicamentos.




Jornalismo Fonte de Vida: quanto aos medicamentos genéricos e similares, ambos podem substituir o remédio original?
Joaquim Henrique: Pedir a orientação médica é o primeiro passo antes de preferir um produto a outro. As pessoas também precisão entender que genérico e similar, são medicamentos diferentes. Quanto à questão de obtenção de benefício e malefícios, o mais provável é que as pessoas deixam de obter benefícios.

JFV: O preço do medicamento Similar é sinônimo de baixa qualidade?
JH: Não, o medicamento para fazer efeito não depende apenas da substância que ele contém, importa também que toda uma estrutura seja posta em prática na fabricação do medicamento, para que este medicamento tenha uma substância ativa capaz de reagir de forma eficaz na doença. Do contrário ele pode ser inibido no meio gástrico, ele pode não ser dissolvido corretamente ou pode ser influenciado por algum alimento, então é para isto que existem as provas de bioequivalência e biodisponibilidade que servem para constatar se o medicamento agirá corretamente e diretamente na região da enfermidade.
Os remédios genéricos passam por todas as provas, até que se tenha um resultado definitivo, se o princípio ativo fará o mesmo efeito obtido com os originais, já os similares, em sua grande maioria não possuem todas essas provas por serem fabricados por laboratórios de baixo poder aquisitivo e não possuem verbas suficientes para realizarem o mesmo estudo que é feito com os genéricos.
JFV: As pessoas podem escolher um medicamento similar, mesmo que o médico tenha receitado o original?

JH: Pode, isto é uma questão de livre escolha do paciente. Nós, médicos, não podemos impedir que o paciente escolha o medicamento, o que pode ser feito, é orientar este paciente, onde o médico com sua experiência podem estar dizendo – “Olha, este remédio será o que melhor surtirá efeito no caso da sua enfermidade, talvez outro não terá o mesmo resultado”.
No entanto, ele pode acabar de sair do consultório médico, chegar à farmácia e o balconista oferecer outro ao invés do pré-escrito pelo médico e ele comprá-lo. Aí é onde entra a questão onde devemos alertar as pessoas sobre a diferença entre Balconista e Farmacêutico. O balconista é a pessoa que não tem conhecimento aprofundado sobre o medicamento e acaba vendendo outro remédio, visando seu próprio benefício uma vez que existem laboratórios que dão comissão aos balconistas para vender seus medicamentos. Já o farmacêutico não, ele tem conhecimento sobre o medicamento e pode estar efetuando ou indicando algum outro com o mesmo princípio ativo do original, então, enquanto o paciente estiver em meu consultório eu tenho responsabilidade com ele, fora isto, só posso orientá-lo.

FJV: Já houve casos em que o senhor tenha receitado um medicamento genérico a seu paciente e o mesmo, ter causado efeitos colaterais?
JH:
efeito colateral a pessoa pode ter até com um simples Chá, ou qualquer remédio caseiro, o que já vi, mas não antes dos genéricos, foi eu ter receitado um medicamento a meu paciente e dentro do prazo que eu havia estipulado para que ele voltasse para novos exames não ter obtido nenhum resultado. Enviei o remédio para análise e foi constatado que o mesmo era só farinha, logo em seguida entrei em contado com a ANVISA e eles localizaram e fecharam o laboratório localizado no fundo de quintal no bairro de Jacarepaguá.
JFV: O que o senhor indica a seus pacientes e as demais pessoas, quanto à qualidade e escolha dos medicamentos?
JH:
devido ao atual poder aquisitivo das pessoas, eu indico a Farmácia Popular, porém existem medicamentos originais que ainda não foram feitas cópias genéricas e/ou trata-se de um problema onde somente o original será totalmente satisfatório para aquele tipo de doença.

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