domingo, 24 de maio de 2009

MEDO DE DIRIGIR: SENTIMENTO ATINGE CONSIDERAVELMENTE PESSOAS NO PAÍS.


Dirigir para muitos é uma atitude bem comum, para outros o ato se transforma em grande pesadelo, só de imaginar entrar no carro, dar a partida e sair pelo transito caótico das grandes cidades é motivo suficiente para garantir ao condutor do veículo um estado de tormento e ansiedade. O medo de dirigir é um sentimento que atinge um número considerável de pessoas no país, muitos procuram tratamento e acabam por levar uma vida de dependências e privações tanto físicas quanto psicológicas.

Certamente, você conhece alguém que possui habilitação, tem um automóvel, mas não dirige. Essa pessoa pode ter mais do que uma simples ansiedade ou um medo passageiro, ela pode ter fobia de dirigir e quando o perigo não se mostra tão evidente, mas vago e persistente, os sinais de advertência que provocariam o medo não são percebidos conscientemente, determinando, apenas, um estado de apreensão, denominados ansiedade.
Segundo o Centro de Psicologia Especializada em Medos os perfis da pessoa com fobia de dirigir são na maioria mulheres na faixa etária entre 30 e 45 anos, demonstram-se pessoas que expressam confiança, são organizadas, detalhistas, sensíveis e inteligentes. Preocupam-se com os problemas alheios e não aceitam críticas por acreditarem que as críticas podem magoá-las e/ou irritá-las, não admitem errar.
A fobia de dirigir, por outro lado, tem como características uma ansiedade e/ou medo intensos e algumas reações corporais como sudorese, tremores nos braços e pernas, taquicardia e boca seca. Tudo isso experienciado diante do ato ou da simples possibilidade de dirigir.
A Comerciante Maria Aparecida, 32 anos, enquadra-se perfeitamente nas descrições do perfil apresentado pelo CPEM, habilitada a 3 anos as únicas vezes que teve contato direto à condução de um veículo foram na Auto-escola, depois que foi aprovada no exame de direção teve uma discussão no trânsito e deste então tem pavor só de pensar em dirigir.
“Sou habilitada a tempos, sempre ia para o trabalho de carro, tive uma Briga no transito acabei levando um tiro e desde este dia nunca mais consegui voltar a dirigir, sempre que entro no carro, a cena passa em minha mente como um filme, começo a suar frio e a tremer sem parar”, conta a comerciante.
Os homens também sofrem, são atingidos pela Síndrome do Carro na Garagem. O seu perfil é de uma pessoa muito capaz e muito sensível as coisas belas da vida, como a música, a arte, o pôr-do-sol, paisagens bonitas. É sincero e inteligente. Gosta de conversar. Enfim, apresenta gosto por um mundo menos agressivo. Geralmente é muito ligado a família. E por ainda vivermos numa sociedade um tanto machista, para ele é muito difícil lidar com esta situação.
Sérgio Alfradique, 45 anos, também sofre com a fobia, dirigir nem pensar diz ele, que desde que se tornou habilitado, passou a ter ansiedade excessiva só de imaginar ter que dirigir nos grandes centros em meio ao trânsito caótico.
“Sinto calafrio só de imaginar, entrar no carro e encarar engarrafamentos, buzinas e palavrões, tenho carro desde que conquistei minha habilitação, mas nunca o tirei da garagem nem mesmo para lavá-lo”, conta Sérgio.
O psicólogo, Adalberto Cavalcante, atitudes como as da comerciante Maria Aparecida e Sérgio Alfradique, são comuns em pessoas que sofrem de fobia de dirigir e ansiedade, porém acrescenta que a melhor opção para casos como estes e dirigir-se o quanto antes para entidades que tratam de pessoas que sofrem com ansiedade.
“Atualmente as pessoas com medo e ansiedade, possuem em sua grande maioria a possibilidade de reverter o caso e voltar a conduzir automóveis. O próprio DETRAN já oferece palestras de motivação, dinâmica de grupo e relaxamento a fim de disponibilizar a formados e recém-formados que possuam dificuldade no ato de dirigir a obterem confiança e a retornarem ás ruas conduzindo seus veículos”, esclarece o Psicólogo.
“Uma boa maneira é a pratica da terapia cognitiva e de comportamento que possuem as formas de psicoterapia mais populares e eficientes para tratar a ansiedade. Exercícios e outras atividades físicas também são bons para aliviar o estresse e ansiedade”, conclui

Orientações para quem deseja vencer o medo/fobia de dirigir

Compasse a sua respiração. O ansioso tem uma respiração rápida e “curta”, utilizando, apenas, o tórax. De boca fechada, inspire lentamente pelo nariz e vá sentindo o ar chegar até os seus pulmões. Deixe seu abdômen expandir enquanto inspira, utilizando o músculo diafragma. Depois expire devagar pela boca.
Faça algum tipo de atividade física e relaxamento muscular, para produzir endorfinas, substâncias que neutralizarão a química da ansiedade.
Inicie uma aproximação com o carro mesmo dentro da garagem. Entre, ajuste o banco, sinta o espaço interno, ligue e desligue o carro.
Ainda dentro da garagem, ligue o carro e faça pequenos movimentos para frente e para trás.
Dê voltas no quarteirão em horários sem movimento. Procure ruas tranqüilas e que não tenham crianças.
No começo, escolha sempre um ou dois trajetos. Isto evitará ansiedade.
Comprometa-se consigo mesmo (a), pelo menos duas vezes por semana para praticar o exercício de dirigir. Esta prática deve ser considerada como uma tarefa do dia-a-dia. O hábito diário é que fará você adquirir confiança.
Quando se sentir confiante, inicie trajetos maiores ou que tenham subidas e uma maior quantidade de veículos. Infelizmente, poucas são as pessoas que conseguem superar sozinhas o medo de dirigir. A essas pessoas é aconselhável procurar um tratamento especializado com um psicólogo.

Um comentário:

Unknown disse...

Boa Tarde Toni
Eu ia sugerir o site do CPEM como fonte para maiores informações sobre o medo de dirigir, mas notei que você colocou dados de lá. Nesse caso deixo o link: http://www.medos.com.br/medo-de-dirigir