sexta-feira, 29 de maio de 2009

ABUSO SEXUAL NA INTERNET: UMA REALIDADE BEM PRÓXIMA

Crescem casos de imagens de abuso sexual infantil na grande rede, o alvo são crianças menores de 12 anos.
As denúncias de páginas na Internet contendo imagens de abuso sexual de crianças aumentaram no último ano, de acordo com um relatório da Internet Watch Foundation (IWF), uma das maiores organizações de fiscalização da pedofilia na Internet que demonstram que a pedofilia é a perversão sexual, na qual a atração sexual de um indivíduo adulto esta dirigida primeiramente para crianças abaixo da idade de consentimento, considerada como uma desordem mental e de personalidade do adulto. Classificado como crime na legislação de inúmeros países, o assédio sexual a tais crianças, por meio da Internet, também constitui crime. Outras práticas correlatas, como divulgar a pornografia infantil ou fazer sua apologia, também configuram atos ilícitos classificados como crime, assim como incluir links para endereços contendo pornografia infantil.
Segundo a IWF, o aumento no número de casos descobertos ocorreu em parte por causa da melhora nos processos de recebimento de denúncias da própria organização. O relatório revelou também uma escalada na severidade das imagens. Mais de três mil páginas continham imagens mostrando abusos sérios, como atividades sexuais envolvendo penetração ou sadismo. Muitas das crianças envolvidas têm menos de 12 anos de idade e em sua grande maioria são cometidos por pessoas do sexo masculino.
Abusada sexualmente pelo padrasto quando tinha 11anos, a menina Isabela de Castro, atualmente com 16, luta para superar os traumas que marcaram sua vida após três anos do ocorrido.
“fui abusada por ele antes de completar meus 12 anos, era uma criança que não sabia se defender, além de tudo isso, era ameaçada de morte se contasse para alguém o que ele fazia comigo”, conta Isabela.
Sua mãe ao descobrir o abuso, denunciou o marido que atualmente esta preso, arrependido ele diz que a vida para ele nunca mais será de tranqüilidade.
“denunciei ele logo assim que descobri, fiquei sabendo da pior maneira, meu irmão ficou sabendo que circulava na internet fotos de uma menina lourinha de olhos azuis, em um site de pornografia, começamos a buscar na rede e quando me deparei com a imagem, não tive dúvidas, era a minha Isabela, fiquei desesperada, meu irmão queria matá-lo, mais eu não deixei, achei melhor denunciá-lo à justiça”, relata a Mãe de Isabela.
Para Isabela, a vida continua, mais o trauma persiste em acompanhá-la nas noites de sono, ela diz que não dorme tranqüila desde o ocorrido.
“Tento seguir minha vida, com a ajuda da minha mãe e da família, o trauma se torna maior quando vou dormir, às vezes sonho com tudo aquilo, agora só o que quero é estudar e proporcionar a minha mãe o melhor que eu puder, agradeço a Deus por estar viva, e poder dar continuidade aos meus sonhos, apesar de ter tido minha infância arrancada de mim do dia para a noite”, diz a menina.
Segundo o psicólogo Marcelo Silva, casos como estes são comuns em todos os lugares do mundo, alguns se arrastão durante anos e quando são descobertos, toda uma estrutura familiar acaba sendo destruída com atos baseados em muita violência.
“existem casos parecidos com o da menina Isabela, espalhados por todo o planeta, situações que terminam sempre em atos ligados a violência no âmbito familiar, seguidos de traumas que perduram por toda a vida, tanto para a pessoa que sofreu o abuso quanto para a família que tem o papel fundamental em ajudá-la, mas que sofreu rupturas em sua estrutura e acaba isolando-se e fechando os olhos para a realidade”, comenta Marcelo Silva.
O psicólogo defende a atuação da família e de um acompanhamento médico ideal para cada caso, alerta aos pais para que fiquem atentos, visto que atos de abuso sexual em geral são cometidos por pessoas próximas à família.
“A família tem papel fundamental no processo de recuperação da criança, ela serve de alternativa para que a criança sinta-se amada, os pais devem manter-se em alerta, pois na maioria dos casos, a pessoa que comete o abuso, são pessoas bem próximas a família, evitar que as crianças façam uso da internet é uma boa saída, desta forma estarão protegendo-as de ameaças da “rede”. No senso comum a gente sempre pensa: 'ela é tão pequenininha que não vai entender o que se passou e não vai guardar essa memória'. Mas as marcas são mais intensas porque ela não tem condições psíquicas de elaborar aquela situação, é neste momento que entra em ação a presença de um psicólogo experiente no assunto que irá auxiliá-la para amenizar as seqüelas deixadas pelo agressor”, conclui o Psicólogo.

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