quinta-feira, 31 de julho de 2008

ABANDONDONADOS E DESAMPARADOS PELA SOCIEDADE

Cerca de 300 mil brasileiros vivem marginalizados, excluídos da vida social. Seres Humanos com esperanças esgotadas, perdidas em meio à paisagem urbana.


Percorremos, eu e meu amigo Roberto Batista, o centro da cidade e a orla de Copacabana em um dia de feriado, mais precisamente no dia 22 de Maio de 2008 (corpus Christi), para capturarmos fotos a serem apresentadas a um trabalho de faculdade. Escolhemos o tema Faces do Rio, que tinha como objetivo mostrar os dois lados da moeda na vida e no cotidiano de uma metrópole como o Rio de Janeiro.
Mostramos com este trabalho momentos felizes e tristes da realidade carioca, momentos glamurosos como pessoas fazendo massagem e admirando a linda paisagem das praias de Copacabana e de abandono representado por uma mulher comendo alimentos encontrados nas lixeiras dos quiosques e outra dormindo em meio a um montante de lixo na calçada. Situações que são vivenciadas pelos cidadãos todos os dias e a todo instante. Através das fotos que serão mostradas a seguir, é possível identificar o contraste de uma realidade visível aos olhos de quem quer enxergá-las, como pessoas que fazem parte do quadro social, mas que são vistas como “fantasmas ambulantes”. É possível parar por um estante que seja, e observar que as pessoas quase passam por cima e não vê que são seres humanos.
É triste, porém, uma realidade que dia-após-dia só aumenta. Já tive a oportunidade de ter uma conversa com moradores de rua, constatei que na maioria são pessoas que já ocuparam status e que vieram de famílias com nível financeiro elevado, mas que por motivos que alguns preferem não comentar os levam a se isolar e a viverem nas ruas.
Severino de Castro e Catarina Boaventura, nomes fortes e de boa aparência, apesar de estarem sujos, vivem nas ruas e justificam o motivo de estarem nesta situação da seguinte forma:


“o destino me deu tudo que uma pessoa poderia ter, porém, o mesmo destino me
tirou tudo que tinha e agora me encontro na decadência que estou. Já fui rico um
dia, já tive bens de valores que nem acredito ter possuído, mas a sorte me
largou e agora tudo que me resta são estas roupas sujas, depender dos outros
para comer, do governo já não espero mais nada, porque já se sabe o quanto eles
nos admiram, afinal somos apenas pedaços de trapos perambulando pelas ruas da
cidade e incomodamos apenas os donos de restaurante e estabelecimentos que
ofereçam comidas a seus clientes. Para mim só o que me resta e esperar e rezar
para que um dia quem sabe, eu possa sair desta pra melhor, ou melhor, dizendo,
partir desta pra melhor. Morrer sem esperança de melhorias para mim, minha
esposa e as outras milhares que estão por este mundo de meu Deus”.
Desabafa


Veja contrastes que foram possíveis serem fotografados e observem como o Glamour e o Descaso caminham lado-a-lado.











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