quarta-feira, 7 de outubro de 2009

RIO: CIDADE NEM TÃO MARAVILHOSA ASSIM

Dados comprovam que índice de violência e roubos a residências tiveram aumento considerável este ano.


Cidade, Rio de Janeiro, ano 2009, a criminalidade toma conta da cidade e cada vez mais as pessoas ficam a mercê de assaltos, assassinatos, quebra quebras e coisas do tipo. A violência crescente torna-se natural, é comum no Rio, ver corpos estirados nas avenidas pela manhã, tiroteios que varam a madrugada, ou no meio da rua durante a tarde. É claramente visível que a bandidagem perdeu a vergonha e partiu para as ruas.
Dados comprovados com levantamento feito pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), que mede os índices da violência do Rio de Janeiro, em julho, os registros de roubos a residências dispararam. No Estado, houve um aumento de 31%, passando de 98 casos em 2008 para 129 este ano. Na capital foi registrada a maior elevação no número dos assaltos. O aumento foi de quase 90%.
A Polícia acredita que este crescimento esteja relacionado com a repressão ao tráfico de drogas. Com as sucessivas operações policiais, os traficantes estariam buscando rendimento nos assaltos, já que estariam sofrendo duras quedas com a venda de drogas.
A carioca Adriana Pacheco, 39 anos, teve sua residência roubada e passou horas amarrada e amordaçada, e conta como foram estes momentos de terror.
“fiquei amarrada por aproximadamente 1 hora, assisti os bandidos fazerem a 'limpa' sem poder fazer nada, no momento a única coisa que veio na minha mente era se eles deixariam eu e minha filha viva”, conta Adriana.
Com a vida de sua filha sendo ameaçada por uma arma apontada para a cabeça, Adriana diz que tudo parecia um verdadeiro filme de terror.
“infelizmente nossa polícia é falha, sempre assisti a senas como a que vivenciei na TV, nunca imaginei um dia, fazer parte do papel principal”, ironiza.
Para o Policial Militar, 42 anos, que solicitou ser chamado de Cabral, diz acreditar que as novas atitudes dos bandidos em saírem das favelas e começaram a roubar residências, esta relacionada aos constantes confrontos entre policia e bandido e as freqüentes perdas de quilos e toneladas de drogas apreendida nas operações policiais.
“combato a criminalidade há 17 anos, acredito que a criminalidade que só tem aumentado nos últimos anos, estão sentindo-se acuados, devido a inúmeros confrontos bem sucedidos efetuados pela polícia, são os fatores que influencia para que bandidos passem a tomar este tipo de comportamento, e saiam das favelas, tomem as ruas e efetuem roubos a pedestres e residências, outro fator importantíssimo é que eles já não estão escolhendo bairros da zona sul, estão assaltando em qualquer lugar e a qualquer hora”, relata o PM.
RIO VISTO LÁ FORA
Outra situação que coloca a prova a tranqüilidade da cidade maravilhosa é a matéria que aborda a violência no Rio publicada pela revista The New Yorker.
Com 12 páginas que destaca a violência na cidade carioca, cujo título “Terra de gangues – Quem controla as ruas do Rio de Janeiro?”, o reporte Jon Lee Anderson conta como funciona o domínio dos traficantes nas favelas cariocas. Na foto de abertura, a legenda: “dois suspeitos de integrar uma facção criminosa detidos pela polícia na favela de Acari”, e a chamada: “Residentes das favelas no Rio vivem sob a autoridade de fato de gangsters e de seu exército Privado” é o que dá tom a matéria e sintetiza os padrões de qualidade de vida dos moradores da cidade.
“Não há maneira de escapar completamente da miséria no Rio” escreve o repórter, depois de falar sobre as balas que passam sobre a cabeça das pessoas em guerras do tráfico e quando traficantes assaltam motoristas na rua, no caminho do aeroporto.
A matéria mostra números sobre a violência na cidade – “Dizem que balas perdidas matam ou ferem pelo menos uma pessoa todo dia”, e traz entrevistas com um traficante, um jornalista, um pastor, um policial civil e um político, o vereador Alfredo Sirkis.
O repórter conta ainda a história do Comando Vermelho, desde a mistura de presos políticos a comuns, no presídio da Ilha Grande, e cita que alguns dos presos daquele tempo hoje participam do governo Lula.
Frase que chama a atenção e a que envolve o governo como culpado pela situação da criminalidade na cidade e dá um panorama da ação do tráfico.
“O estado está completamente ausente nas favelas. As gangues de drogas impõem seus próprios sistemas de justiça, lei e ordem, e de impostos, tudo pela força das armas”.

Nenhum comentário: